quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Tecnoboné


Redação 8 – Tecnoboné - Você atua na área de apoio a projetos inovadores de uma grande empresa e tem como função selecionar instituições que receberão financiamentos. Com base na notícia que ouviu, escreva uma carta para o seu gerente a fim de indicar o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Sucove da Fonseca. Para justificar a sua indicação, descreva as características e o funcionamento dos protótipos (modelos) feitos pelos alunos, ressaltando a importância social do projeto Turin (Celpe-Bras - adaptação)


O mal do século XXI


Redação 7 – O(s) mal(es) do século XXI - Segundo algumas pesquisas sobre comportamento, hoje estaríamos vivendo uma nova era, na qual os novos “pecados” seriam o consumismo (o avesso da avareza), a mania de trabalhar (o avesso da preguiça) e a compulsão pela magreza (o avesso da gula), entre outros. Reflita sobre o tema e elabore uma postagem para ser publicada no blog da Revista Superinteressante intitulado “O(s) mal(es) do século XXI”.


Jeitinho brasileiro


Redação 6 – Jeitinho brasileiro - Você tem um amigo que vai trabalhar no Brasil no próximo ano e te pediu uma explicação sobre algo que ele sempre ouviu falar, mas nunca conseguiu entender direito: o jeitinho brasileiro. Com base nas informações do vídeo, envie-lhe uma mensagem explicando o significado dessa expressão e dando-lhe algumas dicas sobre como lidar com esse talento brasileiro.

Turismo para a Terceira Idade

            
Redação 4 – Turismo para a Terceira Idade - Você trabalha numa agência de turismo e ficou encarregado de fazer uma campanha publicitária para os clientes mais idosos sobre as próximas férias de verão. Com base nas informações do vídeo, indique a cidade de Balneário Camboriú, informando as características do local e destacando os cuidados oferecidos pela rede hoteleira, voltados para o público da terceira idade.

Sua carreira


Redação 2 – Sua carreira - Você escreve a coluna Sua carreira numa revista da área de negócios. Após ter ouvido a entrevista com Vicky Bloch, escreva um artigo de opinião para a sua coluna, discutindo o uso das redes sociais e defendendo (ou não) o ponto de vista apresentado por Vicky (Celpe-Bras - adaptação).


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Dia do Abraço


Você trabalha numa empresa publicitária que foi contratada pelo Ministério da Saúde para fazer a próxima campanha do Dia do Abraço que circulará em todas as redes sociais. Tente convencer os internautas sobre a importância e os benefícios desse gesto de carinho no seu dia a dia.


Cara-metade nas redes sociais


Você tem um(a) amigo(a) solteirão/solteirona que está em busca da sua cara-metade há muito tempo, mas não tem tido muita sorte através do método tradicional (presencial). Por isso, você resolveu ajudá-lo(a) a criar um perfil numa rede social famosa pelos encontros bem-sucedidos. 

Ajude-o(a) a encontrar a sua alma gêmea elaborando uma descrição completa da sua pessoa e do que deseja encontrar no(a) seu/sua parceiro(a): nome (ou apelido), idade, nacionalidade, profissão, residência, condição econômica, atividades de lazer, opinião sobre um determinado tema, expectativas de relacionamento e as suas preferências sobre a pessoa que pretende encontrar.


Comentários sobre "a Internet e o cérebro"



Comente uma das seguintes passagens do vídeo "Internet e o cérebro":
  1. A produção acadêmica se tornou uma colcha de retalhos, e as pesquisas são cada vez mais rasantes.
  2. Os usuários da Internet ficam "ciscando" o tempo todo e não se concentram em nada.
  3. As tecnologias de comunicação nos conduzem à incomunicação.
  4. A solidão humana crescerá na proporção exata dos avanços dos meios de comunicação.
  5. Estamos obesos de informação e famintos de sentido.
BLOG (estrutura)
  • TÍTULO (o tema a ser tratado)
  • SAUDAÇÃO (destinatário - opcional)
  • INTRODUÇÃO
  • DESENVOLVIMENTO (1 a 2 parágrafos)
  • CONCLUSÃO
  • DESPEDIDA (opcional)
  • ASSINATURA (se for um blogue alheio, é claro!)
      


E-mail a um amigo viciado em tecnologia

Você tem um amigo viciado em tecnologia que assistiu ao programa do Jornal Nacional sobre a colônia de férias e te enviou um WhatsApp desesperado pedindo ajuda sobre o tema. Ele passa o tempo todo checando o celular, acampa na frente das lojas de informática para ser o primeiro em comprar os últimos lançamentos, foi mandado embora do seu último emprego por mexer no computador o tempo todo e já não sabe o que fazer para se despregar dos aparelhos eletrônicos. Escreva-lhe um e-mail dando-lhe a sua opinião e uma mãozinha para tirá-lo desse círculo vicioso.

E-MAIL (estrutura)
  • DATA (opcional)
  • SAUDAÇÃO (destinatário)
  • INTRODUÇÃO 
  • DESENVOLVIMENTO (1 a 2 parágrafos)
  • DESPEDIDA
  • ASSINATURA

Estão falando mal de você no Facebook

As redes sociais levam as fofocas e os vexames do trabalho para o ambiente público. Uma em cada três pessoas já foi vítimas da agressão virtual. Como lidar com ela? 

Por Camila Guimarães, Rafael Barifouse e Thais Lazzer


O assédio moral virtual é a evolução das piadas ofensivas de colegas e chefes abusivos que sempre existiram. Fazer fofoca e futricas é tão antigo quanto a humanidade. As habilidades de falar mal dos outros e criar situações humilhantes dentro do ambiente de trabalho apareceram já nas pequenas oficinas da Idade Média. No mundo moderno, tais atos ganharam um nome (assédio moral) e passaram a ser punidos na Justiça. Agora, as conversas maldosas deixaram a salinha do café, os corredores escuros e ganharam visibilidade: estão na internet – onde todo mundo pode ver. 

O que não está mais tão claro são os limites entre o público e o privado. Nos e-mails com cópias, aumentaram as chances de uma bronca desmedida da chefia virar um enorme vexame. Nas redes sociais, comentários sobre colegas do trabalho, sobre crises com o chefe ou subordinados, antes restritos às quatro paredes, são compartilhados descontroladamente. 

Cerca de 90% dos processos trabalhistas são movidos por assédio ou dano moral no Brasil. Não dá para saber quantos, entre eles, envolvem meios digitais, já que legalmente o assédio tradicional e o moral são tratados da mesma forma. Uma pesquisa feita com exclusividade para ÉPOCA, pela AVG, empresa mundial de segurança na internet, dá uma ideia do tamanho do problema. Foram ouvidos 500 funcionários de pequenas, médias e grandes empresas brasileiras. Os resultados são surpreendentes. Uma em cada três pessoas afirma ter sofrido algum tipo de ataque ofensivo por e-mail, mensagem de texto ou por redes sociais, seja do chefe ou de colegas. Cerca de 40% dos entrevistados já souberam de rumores e fofocas sobre eles mesmos que circulavam por e-mail ou outras formas de comunicação digital. Os números brasileiros são altos. A mesma pesquisa foi feita em nove países da Europa e nos Estados Unidos. No total, apenas 8% dos 4 mil entrevistados foram alvo de rumores e fofocas pela web. E 9% foram insultados por algum meio de comunicação digital. 

“Os resultados da pesquisa mostram que as empresas precisam adotar, com urgência, políticas e regras claras de uso das redes sociais”, diz Tony Anscombe, executivo da AVG responsável pela pesquisa. Quase 87% dos entrevistados brasileiros não sabem se a empresa em que trabalham tem uma política de conduta para esses casos ou afirmam que não tem. “Ninguém sabe direito ainda como lidar com isso”, afirma Sônia Mascaro, advogada trabalhista de São Paulo. 

A confusão começa com o próprio conceito de assédio moral virtual. Embora seja uma nova modalidade de assédio, a definição legal é a mesma: atos feitos de forma sistemática que humilham, constrangem, ridicularizam ou causam dano à honra e à imagem de alguém. Além do assédio praticado por chefias, as agressões podem acontecer entre colegas ou partir de um grupo deles contra uma pessoa só. Pode até partir de subordinados contra superiores. A mudança trazida pelos meios digitais são duas: os casos ficaram mais públicos e a extensão do estrago é maior para todos os envolvidos. “A evolução da tecnologia só piora o que já estava ruim: as relações de trabalho, deterioradas pela pressão da competitividade e da busca por melhores resultados”, afirma a advogada Sônia.
(Fonte: Revista ÉPOCA)

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A Internet faz mal ao cérebro?

Um grupo cada vez maior de pesquisadores acha que estamos nos tornando mais distraídos - e mais burros - por causa do uso excessivo de aparelhos digitais.

Por Alberto Cairo, Peter Moon E Letícia Sorg


O escritor americano Nicholas Carr sentiu que algo estranho ocorria com ele há uns cinco anos. Leitor insaciável, percebeu que já não era capaz de se concentrar na leitura como antes. Na verdade, a sua ansiedade disparava diante de qualquer tarefa que exigisse concentração – os seus olhos procuravam a tela do computador ou do celular. O impulso de espiar na Internet era quase incontrolável, diz ele. “Sentia que estava forçando o meu cérebro a voltar para o texto”, afirma. “A leitura profunda, antes tão natural para mim, tinha se transformado numa luta”. Tal afirmação abre o livro The shallows – What the Internet is doing to our brains (‘Os superficiais – O que a Internet está fazendo com os nossos cérebros’, ainda sem tradução no Brasil). Nele, Carr faz uma acusação seriíssima: a exposição constante às mídias digitais está mudando, para pior, a forma como pensamos. Ele e um punhado de autores respeitáveis acreditam que, por causa do uso excessivo de computadores e de outros aparelhos digitais, o nosso cérebro é alterado e estamos nos tornando menos inteligentes, mais superficiais e imensamente distraídos – o inverso de tudo aquilo que fez de nós a espécie mais bem-sucedida do planeta Terra. “Em vez de mentes juvenis inquietas e repletas de conhecimento, o que vemos nas escolas é uma cultura anti-intelectual e consumista, mergulhada em infantilidades e alheia à realidade adulta”, afirma Mark Bauerlein, autor de The dumbest generation (‘A geração mais estúpida’). No livro, ele antecipa uma nova Idade das Trevas, quando os indivíduos que hoje são crianças e adolescentes chegarem à maturidadeBauerlein, professor na Universidade Emory, na Geórgia, supervisiona estudos sobre a vida cultural americana. Ele acredita que as novas gerações, educadas sob a influência das mídias digitais, são formadas por narcisistas despreparados para pensar em profundidade sobre qualquer assunto. Ele diz que uma pesquisa de 2006 com mais de 81 mil estudantes americanos de ensino médio detectou que 90% deles “leem ou estudam” menos de cinco horas por semana – embora passem “pelo menos” seis horas navegando na Internet e um período equivalente assistindo à TV ou jogando videogame. “Indivíduos que não sabem praticamente nada de história, que nunca leram um livro nem visitaram um museu não têm mais do que se envergonhar. Tornaram-se comuns”, afirma. Carr e Bauerlein não estão sozinhos. A jornalista Maggie Jackson, outra autora crítica da tecnologia, sugere que os mais jovens estão acostumados, por culpa da Internet e do uso de celulares, à leitura desatenta de textos cada dia mais breves e estilisticamente mais pobres. Os 140 caracteres que se podem escrever no Twitter, ela acredita, geram pensamentos máximos de 140 caracteres. Parece exagero, mas alguns estudos mostram que há motivos para preocupação. Uma consultoria chamada Genera divulgou um estudo alarmante sobre os efeitos do uso da Internet entre os jovens. A empresa entrevistou 6 mil pessoas da geração que cresceu usando a Internet e concluiu que as coisas estão mudando radicalmente. “A imersão digital afetou até mesmo a forma como eles absorvem informação”, afirmam os pesquisadores. “Eles não leem uma página necessariamente da esquerda para a direita e de cima para baixo. Pulam de uma palavra para outra, atrás de informação pertinente”. Um efeito disso já foi notado por um professor da Universidade Duke. Ele reclamou com o autor de The shallows que não consegue mais que os seus alunos leiam um único livro do começo ao fim, mesmo nos cursos de literatura.
(Fonte: Revista Época - Adaptação)

Gentileza e simplicidade

(Revista Isto é: Zeca Baleiro - Adaptação)


Há alguns meses, estava eu numa lanchonete quando vi, do outro lado de uma pesada porta de vidro, um casal se aproximando com bandejas nas mãos. Vendo a sua dificuldade em abrir a porta com as mãos ocupadas, e vendo que ninguém ali no recinto esboçara qualquer atitude, saí da mesa em que estava sentado confortavelmente e puxei a porta para que os dois passassem. Passaram. E eu fiquei esperando um agradecimento qualquer, por tímido que fosse. Mas que nada!... Tempos depois, na recepção de um hotel, abri a porta para uma senhora que carregava sua mala com certo sacrifício e, de novo, nem um mísero "obrigado" ouvi. Não que eu tenha feito tais favores com a intenção de ser laureado, com condecoração em praça pública, chave da cidade, comenda, quermesse e festa no sambódromo, mas penso que é muito alentador ouvir agradecimentos quando se presta um favor a alguém. Instaura-se uma tal atmosfera de "amistosidade" que, ainda que por um momento, nos dá a esperança de viver num mundo mais gentil, menos bárbaro. Conto essas histórias para ilustrar a minha percepção de que hoje as pessoas raramente agradecem, talvez porque entendam a gentileza apenas no contexto dos serviços. O porteiro que carrega a mala, a recepcionista que dá a informação, o taxista que abre a porta, a aeromoça que retira a mala do bagageiro... A gentileza é um serviço, não um gesto espontâneo e desinteressado, logo agradecer seria um detalhe, não uma obrigação. Gosto de fazer favores, como gosto de agradecer. Dar a vez no trânsito hoje em dia é um gesto com mais poder transformador do que qualquer manifestação na porta do Congresso ou passeata na Paulista. "Gentileza gera gentileza", disse o folclórico profeta contemporâneo. E gratidão é nobreza, costuma dizer um amigo, filósofo de padaria. Zapeando a tevê dia desses, vi por acaso matéria sobre a São Paulo Fashion Week, disputado evento da moda brasileira, cujo emblema de alta-costura ganhou status de alta cultura nos dias que correm. Lá pelas tantas a repórter entrevistava personalidades para falarem da grande tendência do momento: a simplicidade. Diziam elas: "Superprodução é fake, o lance é se vestir com simplicidade"; "tem que ser básico, nada de figurinos superproduzidos"; "simplicidade é a palavra"... Bem, concluo então que as pessoas agora se produzirão para parecerem simples, o que vai de encontro à real ideia de simplicidade. No dicionário, entre muitos sentidos da palavra "simples", há: "que evita ornamentos dispensáveis ou afetação" e "desprovido de elementos acessórios", tudo o que a moda não pode ser.

Colônia de férias ajuda viciados em tecnologia a desconectarem


A ideia é devolver às pessoas o prazer de conversar e de fazer novos amigos. A série do Jornal Nacional mostra os problemas da dependência de tecnologia.

No mundo todo, a multiplicação dos aparelhos portáteis, como tablets e celulares, acompanhou o mergulho de milhões de pessoas na Internet. E nem sempre de um jeito saudável.
Você, provavelmente, não está nas fotos mostradas na reportagem. Mas será que você se reconhece nelas? É gente que não larga o celular mesmo quando está com os amigos, com a família e até na cama. Inclusive o autor das fotos, Eric Pickersgill. Mas cadê o celular? Ele chegou a dormir com o celular na mão, aí pensou: se o mundo não tira mais o olho do telefone, é hora de tirar o telefone das pessoas. A série de fotos de quem ele encontra na rua é um pedido de reflexão.
"Não quero dizer a ninguém o que fazer, mas se você for usar o celular ‘pra isolar os outros, pelo menos tenha consciência do que está fazendo", diz Eric.
Mas qual é o limite para buscar o equilíbrio? Na recepção de um prédio de Nova Iorque é assim: lá dentro, mantras, exercícios para se alongar e ter consciência da respiração. São aulas de mindfulness, que em português quer dizer atenção, consciência plena. A ideia é combater a ansiedade e fazer exercícios para aprender a apreciar o momento, fazer uma coisa de cada vez. É um tipo de meditação que está ficando popular entre quem quer se livrar dos excessos da tecnologia.
Alan Finger, professor há mais de 20 anos, diz que a ideia é que você não fique pensando em várias coisas ao mesmo tempo. "Você aprende a sentir quem você é, sem o celular. E aí você pode sair e usar numa boa", ele afirma.
Ele mesmo tem um celular de última geração: "Eu adoro aparelhos eletrônicos. São parte da nossa evolução. Mas você precisa saber que você tem o controle, não eles", ele aponta.
Dina diz que está dando certo. Ajuda a não pensar o tempo todo "nele".
A tentação é grande. Se a gente levar em conta só os aplicativos, os sites e as redes sociais mais populares, a cada minuto o mundo assiste a 3,4 milhões de vídeos na Internet, manda 20 milhões de mensagens, publica 3,3 milhões de postagens nas redes sociais e 55 mil fotos.
A preocupação em desconectar é tanta que já tem até colônia de férias para quem exagera nos eletrônicos: quatro dias no meio da natureza, só adultos, com muito esporte e diversão. Não pode bebida alcóolica, computador nem celular. A ideia é devolver às pessoas o prazer de conversar e de fazer novos amigos, como antigamente, sem ajuda da tecnologia.
Foi a maior aventura de Michael este ano. Ele voltou para Nova Iorque com boas lembranças. "Pensava que era coisa de hippie, mas não. Virei criança de novo. E comecei a interagir com as pessoas sem ter o telefone como muleta", conta Michael.
E agora, três meses depois, como ele se sente?
"Eu vivia estressado, ansioso. Passava 18 horas por dia na Internet. Hoje, eu ainda fico tentado. Aí eu digo: ‘opa, espera um pouquinho’. E vou fazer outra coisa", diz.
Na casa de Carol, há regras claras para as crianças: “Vou tirar um ponto de briga, se não parar de brigar. E aí não vai ter as estrelinhas da TV nem do tablet”, ela diz para os filhos. Mas foi ela quem começou a exagerar. “Rede social direto. Em todas as que eu fizesse parte, eu olhava, dava uma checada. Eu podia esquecer a carteira, a bolsa, mas eu não podia esquecer o celular”, conta Caroline Klotz, administradora. Até que os filhos, que também adoram celular, começaram a reclamar. “Principalmente o mais novo – ‘mãe, tô falando com você, mãe, olha pra mim, desliga o celular’. Você percebe que é um negócio que não está te fazendo bem”, lembra Caroline.
Numa pesquisa feita com 6 mil entrevistados em nove países, mais da metade das crianças reclamaram que os pais usam celular demais, ficam até mais tempo com eles do que com elas. O Brasil foi o país em que as crianças mais se queixaram.
Carol resolveu maneirar nas redes sociais.
“Eu falei: ‘Vou parar! Vou tirar do meu celular, vou deixar só no meu tablet, que eu não vejo todos os dias’”, diz Carol. João e Pedro agradecem. Sobrou mais tempo para eles jogarem um pouquinho, e mais tempo para brincar com a preferida da casa. “Me deu espaço ‘pra coisas que eu considero, ‘pra minha vida, mais importantes. O gostoso é procurar o equilíbrio. Acho que, agora, eu achei o meu”, conta.

sábado, 1 de outubro de 2016

Morar sozinho

Morar sozinho já foi castigo ou sinal de fracasso social. Agora, tornou-se um prêmio para quem pode investir em si mesmo.




          Quando fecha a porta de sua casa, a arquiteta Camila Klein entra numa espécie de santuário. Liga o som, acende os abajures, deita-se para ler e, assim, recarrega devagar as baterias. Ela tem 32 anos e mora sozinha desde que deixou a família em São Sebastião do Caí, no interior do Rio Grande do Sul, para tentar carreira em São Paulo, seis anos atrás. Por alguns meses, chegou a compartilhar um apartamento com uma amiga e, depois, com o marido. Durou pouco. Hoje, está divorciada, é dona de um escritório com 20 funcionários e diz que, morando sozinha, aprendeu a olhar para dentro e a entender seus sentimentos, necessidades e propósitos. “Hoje, cuido mais de mim, reflito sobre o que me faz bem e seleciono melhor as pessoas com quem quero conviver”, diz Camila. Essa pausa solitária – uma espécie de contraponto à rotina estressante e hipersocial da vida urbana – é um dos motivos que têm levado milhões de pessoas, no mundo inteiro, a optar por viver sós. Ao contrário do estigma do passado, que associava isso a alguma espécie de incapacidade social, agora se trata de uma escolha soberana, determinada por desejos ou por circunstâncias que se tornam cada vez mais comuns. Viver em sua própria casa sem a presença compulsória dos outros converteu-se numa espécie de prêmio à individualidade que apenas alguns podem se dar, mas muitos almejam. “Morar sozinho, livre das demandas dos outros, permite dar mais atenção a si mesmo, fazer o que quer, na hora e do jeito que achar melhor”, afirma Eric Klinenberg, professor de sociologia da Universidade Nova York. “É um estilo de vida que nos ajuda a descobrir mais sobre nós mesmos e a apreciar o prazer de uma boa companhia. Paradoxalmente, morar sozinho pode ser exatamente do que uma pessoa precisa para se conectar consigo mesma e com os outros”. Klinenberg investigou as motivações dos adultos que vivem sozinhos em diferentes países – foram 300 entrevistas, com pessoas de idades e classes sociais diferentes. Com base nisso e numa revisão da literatura acadêmica sobre o assunto, escreveu o livro Going solo: the extraordinary rise and surprising appeal of living alone (Editora Penguin), ainda inédito no Brasil. O título aproximado em português seria Vida solo: o extraordinário  crescimento e o apelo surpreendente de viver só. Em entrevista a ÉPOCA, Klinenberg disse que as pessoas estão encontrando equilíbrio e felicidade na solidão e isso representa uma transformação radical em relação ao passado. Nas sociedades modernas, diz ele, o culto ao individualismo encoraja as pessoas a morar sozinhas, e a riqueza econômica torna possível essa experiência – algo que outros profissionais já perceberam, inclusive no Brasil. “Morar sozinho é sinal de status, não uma declaração de rejeição”, afirma Sérgio Lage Carvalho, sociólogo da Universidade de São Paulo, autor de uma tese sobre solidão e modernidade. Ana Bock, professora de psicologia social da PUC de São Paulo, também registrou a mudança. “Agora, as pessoas que vivem sozinhas são vistas como bem-sucedidas, responsáveis e descoladas”, diz ela. 
                                                                                                                             (Fonte: Revista ÉPOCA)


Solidão pode causar mais males à saúde do que obesidade e tabagismo

           RIO - A solidão, aquela sensação ruim de ser incompreendido, de não poder contar com ninguém, de estar sozinho no mundo, pode causar mais males à saúde do que a obesidade e o tabagismo, tradicionalmente ligados a problemas cardíacos e cânceres, entre diversos outros problemas. Mas, enquanto os dois últimos são fatores de risco muito bem estabelecidos do ponto de vista médico e aceitos pela sociedade, o isolamento social raramente é analisado, num contexto mais amplo, como potencial detonador de doenças.                                        (Fonte: www.oglobo.com)



Redação 5 – Morar sozinho - Um jornal de grande circulação está preparando uma edição especial sobre tendências contemporâneas de comportamento. Como colunista desse jornal, você ficou responsável por escrever um artigo de opinião sobre o fenômeno morar sozinho. No seu artigo, discuta as visões apresentadas nos textos “Morar sozinho” e “Solidão pode causar mais males à saúde do que obesidade e tabagismo”, exponha o seu ponto de vista e aponte as possíveis consequências do fenômeno morar sozinho para a vida em sociedade.

O movimento dos sem-calça

Depois do conjunto safári, a bermuda é a nova tentativa de roupa leve no ambiente de trabalho. Será que vai pegar?



Trabalhar no verão não é fácil, mas nossos costumes tornam isso ainda mais difícil. Como se não bastasse o desejo constante de estar na praia, e não numa sala fechada, as roupas formais usadas com tranquilidade no resto do ano se transformam num suplício. Por mais que os ambientes de trabalho tenham ar-condicionado, os meios de transporte se tornam saunas coletivas. Mesmo quem vai ao trabalho dentro de um carro refrigerado não consegue escapar do calor – e do suor – na hora do almoço.
Os publicitários cariocas Ricardo Rulière, Guilherme Anchieta e Vitor Damasceno querem acabar com esse sofrimento. Os três trabalham em agências que liberam o uso de bermudas no verão. Para ajudar quem não tem esse privilégio, criaram a campanha #Bermudasim. O objetivo é convencer chefes de que a bermuda torna o funcionário mais feliz e produtivo. “Vivemos num país onde a sensação térmica no verão chega a 50 graus”, diz Ricardo. “Usar calças ou terno e gravata não faz sentido”.
Em pouco mais de um mês de existência, o #Bermudasim é um sucesso. A página no Facebook acumula mais de 10 mil curtidas. No site, há um formulário em que funcionários podem cadastrar o e-mail do chefe para que ele receba uma mensagem pedindo a liberação da bermuda. São, em média, 2 mil solicitações por dia. E elas funcionam: mais de 100 empresas atenderam ao pedido e liberaram as canelas de fora.
Em algumas empresas, a informalidade já é rotina. O Peixe Urbano, uma empresa de comércio eletrônico no Rio de Janeiro, permite que seus funcionários usem bermuda desde sua fundação, em 2010. Do estagiário ao presidente, todos circulam com as pernas de fora. Alguns funcionários, como o jornalista Pedro Kranz, de 26 anos, chegam a usar chinelo de dedo. “Para uma pessoa profissionalmente segura, a roupa não faz diferença”, diz Pedro.
O time dos defensores da bermuda é reforçado pelos meteorologistas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o verão de 2014 tem sido o mais quente dos últimos dez anos. Em São Paulo, a média das temperaturas máximas nos primeiros 20 dias de janeiro é a maior desde 1943. Usar roupas confortáveis no verão é também ecologicamente correto. A lógica é que, se os funcionários usarem roupas mais frescas, as empresas podem diminuir a potência do ar-condicionado, o que resulta numa economia de energia. Chile, Japão e Espanha seguiram o conselho e já fizeram campanhas para eliminar o terno e a gravata durante o verão.
Usar bermudas é confortável e pode ser bom para o meio ambiente, mas ainda assim há quem ache o visual inadequado para o trabalho. “A bermuda passa um ar de casualidade e descompromisso, que pode comprometer a imagem da empresa”, diz Daniela Romani, professora do núcleo de cultura e beleza da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). O motivo do estranhamento é cultural. A calça comprida foi adotada como traje de trabalho ainda na revolução industrial. Mudar um hábito tão antigo não é uma tarefa fácil.
Já houve tentativas parecidas. Em 1956, o artista plástico Flávio de Carvalho propôs que os homens usassem saias, para enfrentar o calor. Chegou a desfilar pelo centro de São Paulo usando uma. Ninguém aderiu. O presidente Jânio Quadros também defendia roupas mais adequadas ao verão. Em 1961, sugeriu que os homens usassem conjuntos de sarja com mangas curtas, inspirados nas roupas de caçadores na África. Como outras excentricidades de Jânio, a sugestão foi ignorada.
A proposta de usar bermuda parece ter mais chances de sucesso. Até o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, aderiu à moda no Réveillon do Copacabana Palace. A peça é permitida no verão pela prefeitura do Rio de Janeiro desde 2003. Mas, mesmo se a moda pegar, isso não significa que tudo estará liberado. Os criadores do #Bermudasim desaconselham bermudas de surfe ou de times de futebol. Bermudas de alfaiataria são mais elegantes. Também é preciso ficar atento ao comprimento: short não é bermuda. Roupas muito curtas nunca são adequadas para um ambiente de trabalho, por mais moderno que ele seja. Podemos abrir mão até das calças, mas jamais do bom gosto.

(Fonte: Revista ÉPOCA)

Redação 3 – O movimento dos sem-calça - A empresa em que você trabalha está considerando a possibilidade de liberar o uso da bermuda no ambiente de trabalho e solicitou que todos os funcionários dessem a sua opinião sobre o tema. Para embasar a discussão, a empresa disponibilizou a matéria “O movimento dos sem-calça” e criou um chat para que todos pudessem opinar, de forma anônima, posicionando-se e argumentando a favor ou contra a adoção dessa nova tendência na empresa (Celpe-Bras - adaptação).


Os eletrossensíveis

Começam a ser identificadas pessoas que adoecem quando expostas à radiação eletromagnética emitida por antes de transmissão elétrica, celulares e redes sem fio. Muitão está se mudando para zonas livres dessas ondas.


Você pode imaginar professores de tecnologia da informação, neurologistas, sociólogos e crianças deixando suas casas para viver em cavernas ou em vilas e abrigos projetados para bloquear ondas eletromagnéticas? Pois eles existem e são cada vez mais numerosos. São chamados de eletro-hipersensíveis ou EHS, sigla em inglês para designá-los. Se expostos a campos de radiação eletromagnética, apresentam sintomas como dores de cabeça e no corpo, fadiga, estresse, distúrbios do sono. Seja qual for a sua causa, os sintomas de EHS são reais e, por vezes, incapacitantes.
No mundo, portadores de EHS se mobilizam para que a condição seja declarada uma doença. Na semana passada, muitos se reuniram em uma zona criada para eles na região de Saint-Julien-En-Beuchene, nos Alpes franceses. É uma área livre de antenas de telefonia e distante de linhas de transmissão de energia elétrica. Até aparelhos eletrodomésticos são evitados e as pessoas deixam o celular na entrada. A francesa Anne Cautain, 55 anos, por exemplo, hoje mora em um trailer revestido de alumínio em uma dessas áreas.
Sob um toldo protetor, membros dessa comunidade e líderes como Philippe Tribaudeau, da ONG Une Terre pour Les EHS, fizeram um balanço das conquistas e desafios. Há 15 dias, a Comissão de Deficientes de Essonne, na França, concedeu, pela primeira vez, ajuda financeira permanente a um indivíduo com diagnóstico de eletro-hipersensibilidade. Antes, outros haviam obtido auxílio para comprar equipamentos de proteção, como medidores de ondas eletromagnéticas. Na prática, a vulnerabilidade de cada indivíduo com EHS é variável. Vai desde quem é gravemente afetado pela exposição, como Triauadou, que precisou se mudar para uma caverna, até uma alergia por causa da proximidade com computadores ou linhas de energia.
A medicina considera o tema controverso. Há quem julgue o conjunto de dados suficiente para caracterizar a doença, enquanto outros especialistas acreditam que os sintomas se misturam aos de outras patologias, como a intoxicação por metais pesados. Entre os estudos em andamento, um deles está sendo realizado pelas autoridades de saúde francesas e tem resultados previstos para 2015. Mas há países que já tomaram medidas com base nas evidências científicas disponíveis. Na Suécia, a hipersensibilidade elétrica é reconhecida como um comprometimento funcional. “Existem cerca de 250 mil suecos com essa deficiência”, disse à ISTOÉ o cientista Olle Johansson, do Instituto Karolinska, em Estocolmo. “Essas pessoas merecem respeito e tratamento. Jamais discriminação”, diz. Lá, a associação para hipersensíveis recebe subsídio governamental. Na Espanha, Alemanha e EUA o problema é classificado como deficiência. No Brasil, pesquisas são feitas na Universidade Federal de Minas Gerais.
Na América Latina, um caso grave é o do psiquiatra e neurologista colombiano Carlos Sosa. “Fui diagnosticado em 2006 e precisei mudar radicalmente de vida”, disse à ISTOÉ. Aos 47 anos, vive sozinho nos arredores de Medellín em uma casa na qual possui algo que chama de gaiola de Faraday, para se proteger das ondas eletromagnéticas. Sosa suporta cerca de 20 minutos de conversa pelo telefone ou computador até que apareçam sintomas como dores de cabeça e náusea. Em 2006, saiu de sua casa porque percebeu que a origem do mal-estar intenso que sentia havia três anos era a proximidade com uma antena de micro-ondas/Internet e Wi-Fi (sem fios). “Precisei me mudar quando a cidade em que vivia foi inundada por cerca de quatro mil antenas”, contou.
O agravamento dos sintomas o levou a parar de trabalhar, lançando-o em uma vida de dificuldades financeiras. Ele não tem ajuda alguma. “Mas os estudos provarão que essas ondas são tão perigosas para a saúde como o tabaco e o amianto”, acredita. O cientista sueco Johansson diz que a ciência está mostrando que as ondas eletromagnéticas não são inócuas como muitos defendem. “Precisamos investigar em profundidade os efeitos desse novo fenômeno que se expande tão rapidamente pelo mundo por meio de dispositivos móveis”.

Redação 1 – Os eletrossensíveis - Você é um eletrossensível e, como membro da associação dos portadores de eletrossensibilidade, ficou responsável por escrever uma carta para o prefeito da sua cidade solicitando a criação de uma zona especial para pessoas com essa doença. No seu texto, explique o que é a eletrossensibilidade, quais sintomas ela pode causar, descreva as características que a zona solicitada deve ter e argumente sobre a necessidade de haver uma área como essa na sua cidade (Celpe-Bras - adaptação).