sábado, 1 de outubro de 2016

Os eletrossensíveis

Começam a ser identificadas pessoas que adoecem quando expostas à radiação eletromagnética emitida por antes de transmissão elétrica, celulares e redes sem fio. Muitão está se mudando para zonas livres dessas ondas.


Você pode imaginar professores de tecnologia da informação, neurologistas, sociólogos e crianças deixando suas casas para viver em cavernas ou em vilas e abrigos projetados para bloquear ondas eletromagnéticas? Pois eles existem e são cada vez mais numerosos. São chamados de eletro-hipersensíveis ou EHS, sigla em inglês para designá-los. Se expostos a campos de radiação eletromagnética, apresentam sintomas como dores de cabeça e no corpo, fadiga, estresse, distúrbios do sono. Seja qual for a sua causa, os sintomas de EHS são reais e, por vezes, incapacitantes.
No mundo, portadores de EHS se mobilizam para que a condição seja declarada uma doença. Na semana passada, muitos se reuniram em uma zona criada para eles na região de Saint-Julien-En-Beuchene, nos Alpes franceses. É uma área livre de antenas de telefonia e distante de linhas de transmissão de energia elétrica. Até aparelhos eletrodomésticos são evitados e as pessoas deixam o celular na entrada. A francesa Anne Cautain, 55 anos, por exemplo, hoje mora em um trailer revestido de alumínio em uma dessas áreas.
Sob um toldo protetor, membros dessa comunidade e líderes como Philippe Tribaudeau, da ONG Une Terre pour Les EHS, fizeram um balanço das conquistas e desafios. Há 15 dias, a Comissão de Deficientes de Essonne, na França, concedeu, pela primeira vez, ajuda financeira permanente a um indivíduo com diagnóstico de eletro-hipersensibilidade. Antes, outros haviam obtido auxílio para comprar equipamentos de proteção, como medidores de ondas eletromagnéticas. Na prática, a vulnerabilidade de cada indivíduo com EHS é variável. Vai desde quem é gravemente afetado pela exposição, como Triauadou, que precisou se mudar para uma caverna, até uma alergia por causa da proximidade com computadores ou linhas de energia.
A medicina considera o tema controverso. Há quem julgue o conjunto de dados suficiente para caracterizar a doença, enquanto outros especialistas acreditam que os sintomas se misturam aos de outras patologias, como a intoxicação por metais pesados. Entre os estudos em andamento, um deles está sendo realizado pelas autoridades de saúde francesas e tem resultados previstos para 2015. Mas há países que já tomaram medidas com base nas evidências científicas disponíveis. Na Suécia, a hipersensibilidade elétrica é reconhecida como um comprometimento funcional. “Existem cerca de 250 mil suecos com essa deficiência”, disse à ISTOÉ o cientista Olle Johansson, do Instituto Karolinska, em Estocolmo. “Essas pessoas merecem respeito e tratamento. Jamais discriminação”, diz. Lá, a associação para hipersensíveis recebe subsídio governamental. Na Espanha, Alemanha e EUA o problema é classificado como deficiência. No Brasil, pesquisas são feitas na Universidade Federal de Minas Gerais.
Na América Latina, um caso grave é o do psiquiatra e neurologista colombiano Carlos Sosa. “Fui diagnosticado em 2006 e precisei mudar radicalmente de vida”, disse à ISTOÉ. Aos 47 anos, vive sozinho nos arredores de Medellín em uma casa na qual possui algo que chama de gaiola de Faraday, para se proteger das ondas eletromagnéticas. Sosa suporta cerca de 20 minutos de conversa pelo telefone ou computador até que apareçam sintomas como dores de cabeça e náusea. Em 2006, saiu de sua casa porque percebeu que a origem do mal-estar intenso que sentia havia três anos era a proximidade com uma antena de micro-ondas/Internet e Wi-Fi (sem fios). “Precisei me mudar quando a cidade em que vivia foi inundada por cerca de quatro mil antenas”, contou.
O agravamento dos sintomas o levou a parar de trabalhar, lançando-o em uma vida de dificuldades financeiras. Ele não tem ajuda alguma. “Mas os estudos provarão que essas ondas são tão perigosas para a saúde como o tabaco e o amianto”, acredita. O cientista sueco Johansson diz que a ciência está mostrando que as ondas eletromagnéticas não são inócuas como muitos defendem. “Precisamos investigar em profundidade os efeitos desse novo fenômeno que se expande tão rapidamente pelo mundo por meio de dispositivos móveis”.

Redação 1 – Os eletrossensíveis - Você é um eletrossensível e, como membro da associação dos portadores de eletrossensibilidade, ficou responsável por escrever uma carta para o prefeito da sua cidade solicitando a criação de uma zona especial para pessoas com essa doença. No seu texto, explique o que é a eletrossensibilidade, quais sintomas ela pode causar, descreva as características que a zona solicitada deve ter e argumente sobre a necessidade de haver uma área como essa na sua cidade (Celpe-Bras - adaptação).

3 comentários:

  1. Efeitos da radiação eletromagnêtica
    As ondas de baixa frequência, como as de rádio, produzem aquecimento dos tecidos orgánicos, chamados efeitos térmicos.
    Além disso, quando os níveis de energia sãotao baixo como para não induzirem aquecimento, a radiação eletromagnêtica tem efeitos chamados atérmicos, que são de índole bilógica, os quais poderiam ser perigosos, más sabemos pouco sobre isso.
    Entre os efeitos térmicos, a exposição humana a altos níveis de energia de radiofrequência (RF), podemo ruzir cegueira ou esteriidade por aquecimento de certos tecidos do corpo.
    Aliás, tambêm há tendências de opinião que dizem que as radiações eletromagnêticas induzem ao câncer (leucemia infantil), ainda que os estudos epidemiológicos não cnferem em resultados que associem os efeitos ás causas.
    Não é sujeito á opinião que, além dos campos eletromagnêticos naturais e constantes de origem solar, geomagnêtico e dos temporais e tempestades, a civilização e o progresso têm trazido novas e potentes fontes de radiação eletromagnêtica como são:
    - Sistemas de indução e plasma na indústria manufatureira.
    - Dispositivos eletrônicos (celulares, computadores, wifi,...)no mundo de tecnologia de uso pessoal.
    - Ondas de rádio, telefonia, TV satelital, no mundo das telecomincações.
    - Fogões de indução de nossas cozinhas, antirroubo dos artigos das lojas,recptores de TV, na vida normal diária.
    - Diferentes aparelhos de tratamento médico (os de diagnóstico são de muita alta frequência e energia: os piores).
    - Comunicações submarinas e de alta frequência e unidades de energia do sector militar.
    Acho que resta muitíssimo por estudar e fazer disponível à população, com rigor e sem influência dos grupos econômicos interessados.
    Eu aplaudiria uma iniciativa nas redes sociais pedindo às autoridades nacionaisou da União Europeia que façam um estudo sério e com garantias de imparcialidade, desenvolvido por organizações públicas de investigação como o JRC (CCI em espanhol).

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    1. Puxa vida, Guillermo!
      Depois do seu comentário, acho que ninguém mais vai se atrever a dizer nada a respeito sem parecer "infantil". Fiquei boquiaberto com a documentação do seu artigo e achei impressionante (talvez chocante) todo o seu conteúdo. Realmente não temos a menor ideia do que há por detrás de cada aparelho eletrônico que usamos a diário e muito menos das suas terríveis consequência na nossa saúde. Não sei muito sobre o tema, mas, pelo menos, tenho tentado me coibir a respeito depois que começamos a falar sobre isso nas aulas da oficina. Tenho me policiado à beça e acho que tem valido a pena... Vamos ver no que vai dar!
      Luís (Profa. Mila)

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  2. VOCÊ PODERIA SER ELETROSSENSÍVEL
    Dores fortes de cabeça? Estresse? Agressividade? Fadiga crônica? Se você tiver estes sintomas, você poderá ter uma doença chamada eletrossensibilidade. Embora seja uma doença bem controversa, é claro que muitas pessoas adoecem quando elas se expuserem às radiações eletromagnéticas geradas não só pelos celulares, computadores e as wifis como também pelos aparelhos eletrodomésticos  como por exemplo os fornos microondas. A Organização Mundial da Saúde não reconhece a eletrossensibilidade como doença contudo muitas pessoas lutam no mundo para que a EHS (nas siglas em inglês) seja declarada uma doença.  Nem todos os doentes têm o mesmo nível de sintomas, no entanto para muitos deles os sintomas podem ser incapacitantes. Às vezes as dores são tão fortes que muitos deles têm que fugir das cidades para se refugiarem em cidadezinhas isoladas bem longe das antenas de telefonia, principal causa de seu sofrimento. Na Espanha recentemente houve uma sentença judiciária pioneira. Um engenheiro de telecomunicações da Ericsson teve que pedir demissão porque ia adoecendo aos poucos por causa dos cabos elétricos e as wifis do trabalho. No início ele não sabia o que estava acontecendo, ficou muito tempo de licença mas finalmente ele pediu demissão. Além disso, a providência social negou ele o direito de se aposentar por doença incapacitante mas finalmente a justiça lhe deu a razão.  Mesmo assim hoje sua situação não é fácil. Ele não pode falar pelo celular, só pode usar o telefone fixo e tem o microondas desligado. "Eu só o ligarei quando precisar usá-lo" fala o homem. Apesar disso ele diz que está contente pelo fato da justiça ter reconhecido sua doença. "É a prova de que eu não estou doido". Assim que vocês, caros leitores, já o sabem: logo que tiverem sintomas deste tipo, vão imediatamente ao médico. Não esperem. Vocês poderiam estar padecendo está nova doença invisível.
    Lara (professora Glaucia)

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