Depois do conjunto safári, a bermuda é a nova tentativa de roupa leve no ambiente de trabalho. Será que vai pegar?
Trabalhar no verão não é fácil, mas nossos costumes tornam isso ainda
mais difícil. Como se não bastasse o desejo constante de estar na praia, e não
numa sala fechada, as roupas formais usadas com tranquilidade no resto do ano
se transformam num suplício. Por mais que os ambientes de trabalho tenham
ar-condicionado, os meios de transporte se tornam saunas coletivas. Mesmo quem
vai ao trabalho dentro de um carro refrigerado não consegue escapar do calor –
e do suor – na hora do almoço.
Os publicitários cariocas Ricardo Rulière, Guilherme Anchieta e Vitor
Damasceno querem acabar com esse sofrimento. Os três trabalham em agências que
liberam o uso de bermudas no verão. Para ajudar quem não tem esse privilégio,
criaram a campanha #Bermudasim. O objetivo é convencer chefes de que a bermuda
torna o funcionário mais feliz e produtivo. “Vivemos num país onde a sensação
térmica no verão chega a 50 graus”, diz Ricardo. “Usar calças ou terno e
gravata não faz sentido”.
Em pouco mais de um mês de existência, o #Bermudasim é um sucesso. A
página no Facebook acumula mais de 10 mil curtidas. No site, há um formulário
em que funcionários podem cadastrar o e-mail do chefe para que ele receba uma
mensagem pedindo a liberação da bermuda. São, em média, 2 mil solicitações por
dia. E elas funcionam: mais de 100 empresas atenderam ao pedido e liberaram as
canelas de fora.
Em algumas empresas, a informalidade já é rotina. O Peixe Urbano, uma
empresa de comércio eletrônico no Rio de Janeiro, permite que seus funcionários
usem bermuda desde sua fundação, em 2010. Do estagiário ao presidente, todos
circulam com as pernas de fora. Alguns funcionários, como o jornalista Pedro
Kranz, de 26 anos, chegam a usar chinelo de dedo. “Para uma pessoa
profissionalmente segura, a roupa não faz diferença”, diz Pedro.
O time dos defensores da bermuda é reforçado pelos meteorologistas.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o verão de 2014 tem sido
o mais quente dos últimos dez anos. Em São Paulo, a média das temperaturas
máximas nos primeiros 20 dias de janeiro é a maior desde 1943. Usar roupas
confortáveis no verão é também ecologicamente correto. A lógica é que, se os
funcionários usarem roupas mais frescas, as empresas podem diminuir a potência
do ar-condicionado, o que resulta numa economia de energia. Chile, Japão e
Espanha seguiram o conselho e já fizeram campanhas para eliminar o terno e a
gravata durante o verão.
Usar bermudas é confortável e pode ser bom para o meio ambiente, mas
ainda assim há quem ache o visual inadequado para o trabalho. “A bermuda passa
um ar de casualidade e descompromisso, que pode comprometer a imagem da
empresa”, diz Daniela Romani, professora do núcleo de cultura e beleza da
Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). O motivo do estranhamento é cultural.
A calça comprida foi adotada como traje de trabalho ainda na revolução
industrial. Mudar um hábito tão antigo não é uma tarefa fácil.
Já houve tentativas parecidas. Em 1956, o artista plástico Flávio de
Carvalho propôs que os homens usassem saias, para enfrentar o calor. Chegou a
desfilar pelo centro de São Paulo usando uma. Ninguém aderiu. O presidente
Jânio Quadros também defendia roupas mais adequadas ao verão. Em 1961, sugeriu
que os homens usassem conjuntos de sarja com mangas curtas, inspirados nas
roupas de caçadores na África. Como outras excentricidades de Jânio, a sugestão
foi ignorada.
A proposta de usar bermuda parece ter mais chances de sucesso. Até o
prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, aderiu à moda no Réveillon do
Copacabana Palace. A peça é permitida no verão pela prefeitura do Rio de
Janeiro desde 2003. Mas, mesmo se a moda pegar, isso não significa que tudo
estará liberado. Os criadores do #Bermudasim desaconselham bermudas de surfe ou
de times de futebol. Bermudas de alfaiataria são mais elegantes. Também é
preciso ficar atento ao comprimento: short não é bermuda. Roupas muito curtas
nunca são adequadas para um ambiente de trabalho, por mais moderno que ele
seja. Podemos abrir mão até das calças, mas jamais do bom gosto.
(Fonte: Revista ÉPOCA)
Redação 3 – O movimento dos sem-calça - A empresa em que você trabalha está considerando a possibilidade de liberar o uso da bermuda no ambiente de trabalho e solicitou que todos os funcionários dessem a sua opinião sobre o tema. Para embasar a discussão, a empresa disponibilizou a matéria “O movimento dos sem-calça” e criou um chat para que todos pudessem opinar, de forma anônima, posicionando-se e argumentando a favor ou contra a adoção dessa nova tendência na empresa (Celpe-Bras - adaptação).
Redação 3 – O movimento dos sem-calça - A empresa em que você trabalha está considerando a possibilidade de liberar o uso da bermuda no ambiente de trabalho e solicitou que todos os funcionários dessem a sua opinião sobre o tema. Para embasar a discussão, a empresa disponibilizou a matéria “O movimento dos sem-calça” e criou um chat para que todos pudessem opinar, de forma anônima, posicionando-se e argumentando a favor ou contra a adoção dessa nova tendência na empresa (Celpe-Bras - adaptação).
Sou da opinião que quanto mais contente estiver um trabalhador, mais produtivo será. E a felicidade vai além dos benefícios econômicos, posto que os pequenos detalhes também são levados em conta, quer a possibilidade do teletrabalho, quer uma maior flexibilidade com o código de vestimenta.
ResponderExcluirObviamente, é conveniente vestirmos de modo formal para vir ao escritório a fim de que reflitamos uma imagem profissional; contudo, a meu ver, isto não implica que os homens vão de calça comprida (de jeito nenhum!), assim como as mulheres podem ir bem vestidas não só sem calçarem sapatos de salto alto, como também sem maquiagem.
Aliás, a permissão do uso de roupas casuais nas empresas já virou moda e, atualmente, é uma prática bastante comum. Então, que tal progredir mais um pouco e se tornar um exemplo de companhia sem regras absurdas?
Por último, com relação ao artigo “O Movimento dos Sem-Calça”, apoio o ponto de vista ecológico deste assunto. Se no verão não estivermos trabalhando acalorados ao usarmos roupas mais leves, reduziremos o abuso do ar-condicionado e, conseguintemente, diminuiremos o gasto de eletricidade.
Resumindo, para não encher linguiça, acho que logo que dessem licença para usar bermudas ou calças de modo indiferente, incrementaria a satisfação entre os empregados, tanto que contribuiria a atrair e reter talento. Tenho certeza que a implantação desta medida daria certo.
Beatriz (Prof. Milla)
Concordo com você, Bea! Aliás, iria um pouco mais além do movimento dos sem-calça e proporia o movimento das sem-sutiã ou sem-maquiagem. Odeio ter que usar as duas coisas o tempo todo no meu trablaho para aparentar "boa aparência" (desculpe a redundância) e "normalidade". E quem não gostar, que olhe para o outro lado, ora essa! Estou de saco cheio de ter que usar terninhos ou conjuntos conservadores mais "adequados" ao meu entorno laboral, ao invés de ir mais à vontade mantendo a mesma eficiência. Até porque "sem-sutiã" não quer dizer ir com os peitos de fora... e "sem-maquiagem" não quer dizer ir com a cara amarrotada... Já sei que estou parecendo meio amargada hoje, mas é que esse tema me toca fundo, pois ando com os pés cheios de bolhas de tanto salto alto por causa da bendita boa aparência. Enfim, talvez seja a hora de mudar de visual... ou de emprego ;-)
ExcluirCarmen (PM)
Obs.: Carmen, tive que fazer a sua postagem de novo, porque aparecia no meu e-mail como "enviada", mas não aparecia nos comentários do blogue. Não sei o que aconteceu para qu não aparecesse quando você a digitou :(
Poi, é! Eu me esqueci de assinar a "Obs.". Sou eu, Carmen, isto é, Milla ;)
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